Rating: | ★★★★ |
Category: | Other |
quinta-feira, 5 de janeiro de 2006
Dragão Brasil #116 - Capa: Vikings
terça-feira, 27 de dezembro de 2005
RPGQuest 3: Templários
Rating: | ★★★★ |
Category: | Books |
Genre: | Entertainment |
Author: | Ronaldo Barata, Marcelo del Debbio e Alexandre José Garzeri |
O livro, tal qual o segundo começa com publicidade, principalmente de livrarias em vários estados do Brasil, na parte de créditos e agradecimentos um aviso curioso, mas necessário: Esta é uma obra de ficção: Ogros não existem! Na introdução, ficamos sabendo que ele é um suplemento para os outros dois RPGQuest e que a região que se situa não é a Terra e sim um lugar situado no Reino de Nova Arcádia chamada Languedoc semelhante ao sul da França Medieval.
A seguir, vem a parte de background, com o texto de Alexandre Garzeri, abrangendo 10 páginas, começando com a lenda do Santo Graal, a távola redonda e a sua simbologia, sendo os principais descritos: o cajado do Mago Merlin, relativo ao fogo, a espada Excalibur relativa ao ar e o cálice sagrado, relativo a água, andando um pouco chegamos a busca do Santo Graal. O texto a seguir é sobre Toulouse falando do massacre no Languedoc que esta era a sociedade cristã mais avançada da época, este anunciado pelo papa Inocêncio III e durou 35 anos, dentro desse texto há a citação do Nobre de Foix que é uma das Classes do jogo. Mas a primeira Classe a ter um capítulo próprio é o Catarismo de aonde surgiu o termo gnose que significa conhecimento, este muito usado hoje em dia, eles também cuidavam da guarda do Santo Graal e de um grande segredo que efetivou o massacre de Languedoc. A próxima classe a ser descrita é o Priorado de Sião ou Monastério do Sinai que nasceu com três objetivos a cumprir e tentou cumprí-los em sangue e espada. Os Cavaleiros do Santo Sepulcro, criado pelo mesmo que fundou o Priorado que tinham como objetivo defender o túmulo de Cristo e dos peregrinos que o visitavam e que tinha como mistério maior a guarda do Santo Sudário. Os Hospitalários que tinham outros dois nomes, Cavaleiros de São João e Cavaleiros de Rodes, eram divididos em eclesiásticos, cavaleiros e subalternos, dedicados a cuidar do próximo tal como Jesus Terapeuta. Os Templários são o destaque do livro e dão título a este que realizaram escavações em Jerusalém no sécuo XII e eram excelentes guerreiros e quase foi extinta em 1314 com a morte de Jaques de Molay, mesmo com isso, a organização continua viva até hoje. Os Teutônicos eram conquistadores de terras tidas como selvagens e também conquistaram a arca da aliança. No fim, apoiaram Martinho Lutero.
Continuando, segue o capítulo de criação de personagem, a partir dos atributos, depois há as Classes diviidas em Cavaleiros (podendo ser Cátaro, Cavaleiro Templário, Cavaleiro do Priorado de Sião, Cavaleiro Hospitalário, Protetor do Santo Sepúlcro, Cavaleiro Teutônico e Nobre de Foix), Sarraceno (Mago Sarraceno, Sarraceno e Hassassin) e Cultista (Inquisidor e Cultista), O livro recomenda que a parte iniquisitória fique como PdM. Há duas Habilidades Especiais novas: Controlar Mortos-Vivos e Exorcismo e 1 Perícia novas: Heráldica que é o estudo dos brasões e nobreza. A propósito, não há Raças, mas é possível a mistura com qualquer outra Raça ou Classe de qualquer outro RPGQ. A lista de armas e equipamentos e o capítulo Testes e Combates não sofreram modificações, apesar de não ter magias.
Mesmo não tendo regras para Magias, este suplemento trás 10 novas Magias que vão do 2º ao 4º nível dentro dos monstros, aliás o destaque nesses monstros são vários demônios e vários mortos vivos, além de versões inimigas das Classes citadas acima. Os destaques são os apelões Daemon que garante 600XP e o Dragão Negro que valem 1000XP, do outro lado, matar um Monge Cátaro ou Parfait valem -100XP enquanto o Protegido vale -1000XP! Sim, pontos de experiência negativos. Temos outras apelações, as Lendas que não podem substituir os comandantes e só pode possuir um por grupo em Batalhas de Miniaturas, eles são pessoas que realmente existiram: St George, Sir Godfroi, Sir Heinrich, Sir Hugues, Sir Jacques e St Patrick. No final do livro, informações das relíquias (Idéias de aventuras) e como funciona o mapa do castelo e um mapa da Europa em 1304, maior do que o do RPG Templários.
No geral, o livro está com qualidade muito boa e possui muitas referências ao Código da Vinci que parece ser o caminho da linha Trevas/Arkanun a partir de agora. As ilustrações do Pietro são muito boas e transmitem o clima, principalmente as que estão em preto e branco. o problema é que faltou na parte histórica mais informações sobre os sarracenos, coisa que pode ser solucionada com o outro Templários. É uma boa ter os dois anteriores para jogar junto com esse, para uso de props do RPGQ1 e mais terreno com o RPGQ2. Agora, com licença que minha mãe quer ler esse livro por causa do Código da Vinci.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2005
Retrospectiva RPG 2005
Editoras
Os lançamentos (ou relançamentos) do ano, além de projetos editoriais:
A Comic Store só lançou um livro para OPERA: O Mais Longo dos Dias sobre a segunda guerra mundial. Além dos quadrinhos The Long Yesterday do cenário Intempol.
A Conclave teve seus lançamentos iniciais durante o EIRPG: O Guia de Classe de Prestígio 3.5, uma nova versão do livro lançado ano passado e para Crepúsculo, Legado de Nósphoros. Mas o grande destaque da editora foram os novos cenários: Vikings: Guerreiros do Norte e Crônicas de Avalon - O Começo, ambos para D20 e envovendo mitologia viking e mitologia celta e rei Arthur, respectivamente.
A Daemon teve um grande ano, cujo início foi dado com Jyhad - A Guerra Santa sobre mitologia judaica e islâmica. Para o EIRPG, houve o lançamento de Tormenta Daemon, uma reedição do Tormenta 3E. Mas o grande destaque do ano da editora foi o RPGQuest, jogo de miniaturas sendo possível colecioná-las, além de possuir regras para batalhas de miniaturas. No EIRPG foi lançado o primeiro volume, RPGQuest: Nova Arcádia sobre mundos medievais contendo um tabuleiro modular para montagem de masmorras, em outubro o lançamento foi RPGQuest: Velha Arcádia contendo um mapa de praia e outro de estrada, em dezembro foi lançado o RPGQuest: Templários sobre os cavaleiros Templários também com dois mapas: Um castelo e um campo de batalhas.
- Dungeons & Dragons: Completando os módulos básicos é lançado o Livro do Mestre 3.5 e os suplementos Livro dos Níveis Épicos, Aventuras Orientais e Manual dos Planos e a aventura Horizonte Profundo. Para Forgotten Realms Rios de Prata, Crenças e Panteões e Monstros de Faerun.
- D20 System: Para Warcraft, Warcraft Livro dos Monstros e Warcraft Livro do Mestre. Para Dragonlance, Dragonlance Cenário de Campanha
- GURPS: Para GURPS, o lançamento foi o GURPS Lite 4ª Edição distribuído no Sampa RPG e na revista Dragão Brasil nº115.
- Romances Foram lançadas A Estilha de Cristal e A Lendária Hy-Brazil.
- Senhor dos Anéis RPG: O único lançamento do ano foi Mapas da Terramédia Volume 2.
- World of Darkness: De módulos básicos, Lobisomem 3ª Edição e Changeling: O Sonhar, além do Romance do Clã Setita. No fim do ano aconteceu uma enquete sobre o futuro do Mundo das Trevas na editora.
A Jambô começou o ano lançando o Counter Collection - Cidades e Subterrâneos, uma coleção de counters premiadas lá fora do artista brasileiro Claudio Pozas. No EIRPG (mesmo sem stand) o lançamento foi Tormenta - Guia do Jogador v.3.5, versão atualizada do Tormenta D20. No fim de ano, Tormenta - Guia do Mestre 3.5 e o primeiro de uma série de livros com 32 páginas Tormenta - Academia Arcana.
A editora começou o ano anunciando o fim da D20 Saga e teve seus lançamentos durante o EIRPG: A revista Dragonslayer (3 edições/8 possíveis) que abrangia D20 System, Primeira Aventura (cujo nome beta era Primeira Aventura!!!) e Ação!!! Houve também o lançamento do Primeira Aventura: Guia do Jogador e Primeira Aventura: Guia do Mestre que era uma versão mais simplificada que o Dungeons & Dragons que usava uma das sugestões de classes do Unearthed Arcana e Habilidades de Classe convertidas em Talentos. Houve também a primeira aventura da pentologia de aventuras: Relíquias de Brachian - O Forte do Leão. No fim do ano, uma parceria com o CEL*LEP, Ajude a Salvar John Carter! um jogo exclusivo.
A Mythos entrou no RPG em agosto com a revista RPG Master (2 edições/5 possíveis) dedicada ao sistema RPG Master, que seria uma remodelagem do 3D&T com toques de Primeira Aventura e RPGQuest.
A primeira editora de RPG nordestina do Brasil teve como primeiro lançamento o seu sistema genérico Nexus D6 e um site com vários netbooks para o sistema.
A Riachuelo Games dedicou-se principalmente aos eventos no RJ e em netbooks para o Cruz de Ferro, no fim do ano a grande notícia foi ela ter adquirido os direitos do wargame Mare Nostrum.
O único lançamento em livro da editora foi Holy Avenger 3D&T. Agora, a revista da editora, Dragão Brasil (6 ou 7 edições/12 possíveis) começou o ano com o trio Tormenta e um preview do Primeira Aventura, logo depois uma pausa de 4 meses e a REDERPG assumiu a revista na DB#112, lançada durante o EIRPG. Além da série normal, foram aproveitadas as muitas sobras de livros na DB#114 com Libertação de Valkária e Ação!!! grátis e as DBs encardenadas. Em Novembro, uma enquete no fórum da REDERPG para os leitores decidirem os rumos da revista.
A Viu só teve um lançamento esse ano: Mítica: Desbravando o Oriente que aborda principalmente a religião de Lieh lançado durante o EIRPG.
A Zouk não é propriamente uma editora de RPG, mas lançou o RPG Educacional O Livro das Lendas com sistema próprio.
Eventos
Esses são os eventos que foram realizados durante o ano de 2005, seja de RPG, Anime ou wargames. Talvez faltem alguns, mesmo assim tivemos muitos.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2005
Novas Classes para RPGQuest
Com a chegada do novo RPGquest chegamos a extraordinária marca de 525 combinações possíveis de Raças, Classe e Sexo. O número é ímpar porquê não existem Ninfa Macho, Amazona Macho e Minotauro Fêmea. Abaixo temos alguns que podem ser usados bastando selecionar uma miniatura sugerida e assumindo-o como sendo dessa Classe. A lista de Habilidades Especiais aparece no fim para localização mais fácil das Habilidades, eles também estão presentes no netbook Batalhas de Miniaturas. Em breve as versões Daemon desses kits. Quem sabe um dia a versão D20.
DUELISTA
O Duelista é um Gladiador que vive na procura de seu melhor adversário, procurando de vila em vila, de aldeia em aldeia, sempre procurando um lutador que possa derrotá-lo em combate.
Nem sempre essa busca é fácil, pois muitos adversários são medíocres, não representando o desafio esperado, o que o fazem migrar para outra aldeia buscando novo desafio. Quando o grande desafiante é finalmente encontrado e o Duelista perde, ele se prepara para um próximo combate, tão poderoso quanto.
Miniatura Sugerida: Bárbaro (RPGQ1) e Aventureiro (RPGQ2). Fiscamente o Duelista lembra mais um Bárbaro que um Gladiador. Alguns, vindos de aldeias mais desenvolvidas lembram o Marinheiro (RPGQ2) com roupa mais chique e armadura mais elegante.
PVs iniciais: 12 + 2x bônus de CON Perícias de Classe: Acrobacia, Cura, Montaria e Rasteio (todas em nível Bom) e escolha uma entre Escalar, Natação ou Sobrevivência (Nível Bom). Armas: Escolha três armas em nível Bom. Habilidades Especiais: Inimigo Predileto, Perícia Adicional ou Pontos de Vida. Escolha uma delas em nível Normal. |
GUARDIÃO DO TEMPLO
A grande maioria dos Clérigos e Paladinos acreditam que tem uma missão a cumprir no mundo e para alguns essa missão é cuidar do templo de seu Deus.
O Clérigo, recebendo essa missão, passa a cuidar do templo, fazendo oferenda ao Deus todos os dias e protegendo o templo de todas as invasões possíveis.
Alguns contam com o poder de transportar a batalha para outros lugares, sumindo por um tempo e voltando logo depois, surpreendendo a quem estiver assistindo a batalha.
Miniatura Sugerida: A idéia inicial do Guardião do Templo era ser uma Classe de Prestígio para Clérigos e Paladinos. Então nada mais sugerido para eles que o Clérigo (RPGQ1 e RPGQ2) e Paladino (RPGQ2). Além de qualquer personagem do RPGQ3, podendo ser Cátaro, Hospitalário ou Templário.
PVs iniciais: 10 + 2x bônus de CON Perícias de Classe: Armadilhas, Meditação e Religião (todas em nível Bom). Armas: escolha 2 armas no nível Normal. Habilidades Especiais: Abençoar, Afastar Mortos Vivos, Ataque Furtivo, Exorcismo, Inimigo Predileto ou Pontos de Vida. Escolha um deles em nível Normal. O Guardião do Templo começa o jogo com 3 Pontos de Focus para gastar nos Caminhos que Desejar e 1 Ponto de Magia (mais o bônus de INT). O Guardião do Templo pode conjurar 2 rituais por dia. |
HERÓI DA ALDEIA
Muitas aldeias não têm como montar um exército para evitar as invasões que podem ocorrer, então algumas crianças são enviadas para o treinamento em vários lugares do mundo, voltando adolescente pronto para proteger a sua aldeia e aguardar os desafios que irão surgir pela frente.
Miniatura Sugerida: Bárbaro (RPGQ1), Aventureiro (RPGQ2) e Caçador (RPGQ2). Tão maltrapilho quanto o Duelista ele geralmente vem de aldeias pequenas, não tão bem financeiramente quanto os outros, a vestimenta do personagem se assemelha a Profissão que ele adotar.
PVs iniciais: 12 + 2x bônus de CON. Perícias de Classe: Furtividade, Idiomas (escolha um), Natação, Profissão, Rasteio e Sobrevivência (todas em nível Bom). Armas: Escolha três armas em nível Bom. Habilidades Especiais: Esquiva Sobrenatural, Movimento Rápido ou Pontos de Vida. Escolha um deles em nível Normal. |
Habilidades Especiais
Abençoar (Guardião do Templo)
RPGQuest: Velha Arcádia, RPGQuest: Nova Arcádia e RPGQuest: Templários
Afastar Mortos Vivos (Guardião do Templo)
RPGQuest: Velha Arcádia, RPGQuest: Nova Arcádia e RPGQuest: Templários
Ataque Furtivo (Guardião do Templo)
RPGQuest: Velha Arcádia, RPGQuest: Nova Arcádia e RPGQuest: Templários
Esquiva Sobrenatural (Herói da Aldeia)
RPGQuest: Velha Arcádia, RPGQuest: Nova Arcádia e RPGQuest: Templários
Exorcismo (Guardião do Templo)
RPGQuest: Templários
Inimigo Predileto (Duelista, Guardião do Templo)
RPGQuest: Velha Arcádia, RPGQuest: Nova Arcádia e RPGQuest: Templários
Movimento Rápido (Herói da Aldeia)
RPGQuest: Velha Arcádia, RPGQuest: Nova Arcádia e RPGQuest: Templários
Perícia Adicional (Duelista)
RPGQuest: Velha Arcádia, RPGQuest: Nova Arcádia e RPGQuest: Templários
Pontos de Vida (Duelista, Gardião do Templo, Herói da Aldeia)
RPGQuest: Velha Arcádia, RPGQuest: Nova Arcádia e RPGQuest: Templários
quarta-feira, 21 de dezembro de 2005
Lemon Amiga
http://www.lemonamiga.com
A mesma produtora do Lemon 64, este tem sua versão para Amiga também, segundo alguns, "muito melhor que videogame"
O jogo da foto é Hugo På Nye Eventyr, dinamarquês, se lembram do programa do Hugo? Pois é, esta é uma versão para computador exatamente igual ao da televisão.
Entrevista com Marcelo Rodrigues do Projeto Tagmar2
Marcelo Rodrigues foi um dos autores do primeiro Tagmar e volta a tona com essa nova versão. Tagmar 2 já possui uma comunidades no Yahoo e uma no MSN Groups para discutir os temas principais, comunidades no orkut e a criação de uma versão adaptada para o sistema Daemon.
Começando com uma pergunta clássica: Como você começou no RPG?
Sou da geração Xerox, e comecei em 1985 com AD&D (versão 1!). Conheci e joguei mais alguns RPGs da época, tais como o Rolemaster, StarFrontier, mas era fissurado pelo AD&D. Depois passei a jogar Tagmar e Millenia... Em 1996 me afastei do mundo do RPG e só retornei a alguns anos.
Antigamente tínhamos várias editoras no Rio de Janeiro como a Akritó, a GSA e a Ediouro. Por que, na sua opinião, atualmente não há nenhuma?
Sinceramente não sei... A GSA terminou porque o retorno financeiro era muito pequeno, pois as vendas eram baixas, se comparadas as publicações tradicionais de livros. Livro era uma coisa cara de produzir e precisava de vendas altas para dar um bom retorno. Agora que retornei aos RPGs, fico admirado como publicações de alta qualidade, conseguem sobreviver.
Tenho escutado muitos boatos sobre possíveis quebradeiras nas editoras atuais, mas acho que são apenas boatos, pois são empresas bem mais maduras. O pioneirismo tem um preço alto, e sofremos muito com a inexperiência em produzir, vender e de ter bons resultados financeiros.
Qual a participação dos autores originais no Tagmar 2?
Com participação ativa no momento somente eu. O Ygor está cadastrado no grupo, mas anda muito sem tempo e não está participando ativamente do projeto. Já foi um milagre ter contatado tanta gente para obter a autorização da liberação dos direitos autorais.
Na versão do Tagmar2 disponibilizada na internet, há apenas as ilustrações da Eliane "Lillith" Bettocchi, mas não está disponível nenhuma ilustração suas e dos outros ilustradores?
Na verdade tem sim ilustrações de outras pessoas. Tem a do Luis Bert e do Jorge Dukenko. Quando disponibilizamos os arquivos para Download não tínhamos colocado os créditos corretos. Já corrigimos isto. Na versão 2.0 não estavam sendo planejadas ilustrações. As ilustrações só estão planejadas para as versões 2.1 em diante.
Porque o uso da licença da Creative Commons e não da OGL?
No inicio do projeto eu já conhecia o licenciamento da Creative Commons e não tinha tido acesso a OGL em português. O ponto fundamental é que os licenciamentos da Creative Commons são escritos em versões para varias línguas e para a legislação do país escolhido. Aqui no Brasil é a Fundação Getúlio Vargas que está apoiando esta iniciativa da Creative Commons. Outro fator é que a Creative Commons disponibiliza em português a mesma licença em dois modelos: uma já nos termos legais brasileiros e outra numa versão resumida para leigos. Assim, colocamos a versão resumida nos livros e colocamos o endereço de onde encontrar a versão detalhada.
Outro aspecto é que além de ser semelhante à OGL, a Creative Commons oferece diversos modelos de licenciamento, neste caso, escolhemos a "Atribuição-Uso Não-Comercial-Compatilhamento pela mesma licença 2.0 Brasil".
Há um tempo atrás o projeto foi anunciado como uma versão para D20, mas isso acabou não sendo efetivado, o que aconteceu?
Nosso projeto se baseia em princípios democráticos, e as decisões são tomadas através de votações. No inicio do projeto fizemos uma votação para decidir se abandonaríamos o sistema do Tagmar ou se iríamos melhorá-lo; venceu a proposta de melhorar o sistema. Mas votamos também por gerar uma versão do Tagmar para outros sistemas (incluindo D20). Nesta votação ficou decidido que iríamos fazer isto, mas só mais a frente. A licença que foi concedida pelos autores do Tagmar permite que qualquer um faça adaptações, desde que siga a forma de licenciamento.
Agora ficou só a dúvida do que você fala de "tempos atrás", se for anterior a set/04, então esta iniciativa era de outra pessoa. Há vários anos atrás, recebi uma proposta de liberar o Tagmar para ser portado para outro sistema, mas a pessoa queria fazer um projeto comercial, mas não queria pagar direitos autorais! Eu disse não...
Mesmo com o título sendo tratado como não comercial, existe alguma chance de vermos publicado um dia o Tagmar 2 como livro?
Existem duas chances: a primeira é a novidade tecnológica da "Impressão sob demanda", que permite que qualquer um possa imprimir o Tagmar 2 em qualidade gráfica a um custo semelhante dos RPGs tradicionais. Esta modalidade não fere a licença, pois cada um estará imprimindo o livro para si próprio, não para comercialização.
Há diversos lugares que fazem este tipo de serviço, inclusive alguns aceitam pedidos de impressão pela internet. Basta mandar os PDFs que eles imprimem.
A qualidade é surpreendente: capa colorida, impressão de qualidade, encadernação profissional (lombada costurada). Outra opção é obter a autorização dos autores, já que a licença permite que os autores possam abdicar de algum termo, mas como o Tagmar 2 tem uma quantidade alta de autores (mais de 30!), fica difícil obter a autorização de todos. Para obras baseadas somente nos textos do Tagmar 1, a autorização é mais fácil, pois são poucos.
Na introdução do netbook há uma crítica ao "complexo de vira-lata" do brasileiro em relação ao Tagmar 1, porque houve isso? O RPGista brasileiro já "nasce" com indisposição contra os RPGs nacionais?
Essa definição feita por Nelson Rodrigues é perfeita, pois infelizmente, o brasileiro possui uma predisposição a valorizar mais o que vem dos outros países. Em relação ao Tagmar 1, o sistema recebeu diversas críticas. Algumas eram verdadeiras (tanto que foram revistas no Tagmar 2), outras completamente infundadas. Isso acontecia pelo simples fato de ser um sistema totalmente criado e desenvolvido no Brasil.
Mas, felizmente, os conceitos dos RPGistas brasileiros vêm mudando gradativamente ao longo desses anos. Hoje temos bons sistemas de regras, como o Daemon e o Opera, e boas ambientações, como a do Trevas e a do Tormenta. Todos estes, muito bem aceitos no mercado.
No Tagmar 2 há bem menos tabelas que no Tagmar 1, essas tabelas eram muito criticadas na primeira versão, essa diminuição foi para diminuir as críticas em relação ao primeiro?
Na época do lançamento do Tagmar, ter muitas tabelas e rolar muitos dados para fazer um personagem era considerado divertido. O pessoal amava aqueles exóticos dados poliédricos. Tagmar nasceu com o espírito dos RPGs dos anos 80, mas as coisas mudam, e as pessoas passaram a gostar mais da ambientação e interpretação do que das regras. Esta redução nas tabelas faz parte desta necessidade de modernizar o Tagmar. Reduzimos a necessidade de rolar dados de tal forma, que agora se faz uma ficha do personagem sem nenhum rolamento, tudo por um sistema de pontos. Eliminamos tabelas, que podiam ser substituídas por formulas simples, como foi o caso da tabela de pontos de aprendizagem de magia.
O capítulo de combate sofreu a mudança mais radical, sem praticamente alterar regra nenhuma! Na verdade, reunimos as informações que estavam espalhadas em várias tabelas em um grande tabelão. Aproveitamos para reequilibrar varias regras, reescrevemos algumas e incluímos outras. Uma mudança marcante presente no Tagmar 2, é a especialização das profissões. Era um conceito que já existia nas profissões de Mago e Sacerdote, que expandimos para as outras profissões. Para magos existiam os Colégios, para Sacerdotes existiam as Ordens. Agora existem as Guildas para os Ladinos (novo nome da profissão Ladrão) e as Academias, para Guerreiros. Vamos fazer também especializações para Bardos e Rastreadores, mas não sei se ficarão prontas para a versão 2.1, mais provavelmente para a versão 2.2.
Poderemos ver o Tagmar 2 disponível em outros sistemas como D20, GURPS e Daemon?
Sim, claro! Inclusive, neste momento, já está em andamento o projeto paralelo do Tagmar-Daemon. Ambientação do Tagmar 2, na verdade, é a ambientação do Tagmar 1, só que expandida. Ela agora contempla centenas de páginas com descrições de Reinos e de toda a mitologia do Tagmar. É um trabalho impressionante e monstruoso! O grande barato é que ela é independente de sistema e pode ser usada livremente por qualquer um. Tão logo saia o Tagmar para outros sistemas, vamos fazer com que as Aventuras Prontas e o Livro de Criaturas sejam multi-sistema, semelhante ao brilhante trabalho do Del Debbio no Guia de Armas Medievais.
Por quê ocorreu a divisão da criação do projeto em duas atualizações?
O Projeto já estava fazendo um ano e todos estávamos ansiosos por poder jogar o Tagmar 2. Uma demora excessiva poderia comprometer não só a credibilidade do projeto, como também já estava influenciando negativamente os ânimos dos participantes. Decidimos então, liberar a parte das regras, para que todos pudessem jogar enquanto nós nos concentramos no restante: Ambientação, Aventuras e Criaturas. O projeto foi inspirado no modelo de desenvolvimento de software. Por este modelo, vamos lançando versões sucessivas, aonde cada uma vai aumentado e melhorando o RPG. O Tagmar 2.0 já contém todas as grandes modificações do sistema, e nas versões posteriores (2.1, 2.2...) estaremos apenas incluindo coisas que ficaram de fora, e fazendo revisões (correções) do que já foi lançado. Não há o perigo de estarmos alterando algo de forma radical, não que isto não possa ocorrer, mas por enquanto, não está nos nossos planos fazer um Tagmar 3.0. O que estamos fazendo, é a cada mês lançar algum complemento para o Tagmar 2, este sim é um bom desafio.
Talvez o último livro a ser produzido para Tagmar tenha sido o Guia de Armas Medievais pela Daemon Editora. Como você avalia esse livro?
Adorei o livro, inclusive o adquiri. Pena que nesta última versão não tem mais as estatísticas para o Tagmar, mas acho bastante compreensível, já que esta edição é anterior ao projeto Tagmar 2.
Espero que na próxima versão seja incluída as estatísticas para o Tagmar 2.
Existe alguma maneira de tornar o sistema de Tagmar 2 genérico?
Acho pouco provável, mas não digo que seja impossível. Por enquanto, não está nos nossos planos.
Qual a chance de vermos novamente a volta dos outros títulos da GSA como Desafio dos Bandeirantes e Millenia?
Aí vai depender dos autores destes RPGs e de pessoas dispostas a dar uma renovada neles. Foi nossa opção mantermos a base do sistema do Tagmar 1, e isto não precisa ser assim para estes dois RPGs, que se destacam mais pela Ambientação do que pelo sistema. Assim, tem-se duas opções: ou renova-se os sistemas ou adota-se algum sistema que seja aberto.
Qual é a repercussão recebida por você em relação aos jogadores e mestres do antigo Tagmar?
Na maior parte dos casos, as pessoas adoraram, mas há casos de pessoas que dizem preferir o sistema antigo. Mantivemos o máximo possível do sistema original, mudando apenas os pontos que realmente eram considerados problemáticos. Passamos muitos meses sem produzir nada, apenas discutindo e votando quais mudanças seriam implementadas.
Escutamos tanto as pessoas que gostavam do Tagmar, quanto as que não gostavam. Fizemos muitos playtestes abertos ao público, onde coletamos informações preciosas, que nos permitiram obter um ótimo resultado. Escutamos as críticas e atacamos os problemas... E continuamos a fazer isto! O Tagmar 2 não tem um comprometimento de ser estático, ele está sempre em contínua evolução.
Existe ainda alguma barreira a derrubar no projeto?
Acho que temos 3 grandes desafios: o primeiro é acabar com preconceito contra o que é nacional. Temos excelentes escritores e criadores de RPG, e devemos valorizar a iniciativa nacional. Já vi muita porcaria importada ser elogiada. O segundo desafio é conscientizar a galera criativa, que eles podem produzir algo de original! Temos alguns novos talentos que estão mostrando seu potencial através deste projeto.
Estamos muito abertos para as pessoas que querem participar e colaborar, o Tagmar 2 é o 1º RPG Brasileiro 100% gratuito e mantido pelo processo de criação coletiva. E o terceiro desafio, é fazer que as pessoas acreditem que RPG Gratuito é uma iniciativa viável, e que dá certo.
Software gratuito já passou por este caminho, e hoje ninguém mais duvida dele. Chegou a vez do RPG...
Marcelo, muita sorte no projeto! Aguardamos sempre novidades!
Muito obrigado. E podem esperar mesmo, pois estaremos sempre trabalhando duro para melhorar o Tagmar 2!
Só quero que as pessoas saibam, que o Projeto Tagmar 2 conta apenas com trabalho voluntário e não é um projeto comercial, logo, não visa disputar mercado com outros títulos, sejam eles quais forem. Nossa missão é disponibilizar ao RPGista brasileiro uma outra opção, um RPG de qualidade a baixo custo. Tudo para popularizar ainda mais nosso amado hobbie.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2005
Dragão Brasil #115 - Tópico a Tópico
Rating: | ★★★ |
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